O bigode, que cresce próximo ao focinho dos bichos, não é como o pelo comum; este tem funções especiais. A principal é permitir ao mamífero – único a possuí-lo – perceber o que há ao redor e a temperatura do ambiente.
Nos felinos, é volumoso e tem comprimento igual ou maior do que a largura do corpo. Como são animais de hábitos noturnos, o bigode os auxilia a avaliar se conseguem atravessar um espaço apertado ou com obstáculos. Caso raspe os fios em algum lugar, o bicho entende que não dá para passar.
Nos elefantes, hipopótamos e rinocerontes, os pelos do bigode – chamados vibrissas – são poucos e bem pequenos. No entanto, também ajudam a sentir se está frio ou calor e se há algo perto ou longe.
Os pelinhos fazem com que o morcego saiba por onde voa. Como enxerga mal, ele utiliza o som para se localizar. Ao emiti-lo, as ondas sonoras batem num obstáculo – como árvores, por exemplo – e voltam para o bicho. Os fios do bigode são um tipo de antena que recebe a vibração do som, levando a mensagem ao cérebro. Dessa forma, o morcego consegue desviar das barreiras.
Em mamíferos marinhos, como focas (que também enxergam pouco), o bigode é fundamental para guiá-los embaixo d’’água. Por meio das vibrissas, esses animais conseguem identificar o que é alimento ou obstáculo.
O bagre é chamado catfish (peixe-gato em inglês) por possuir ‘bigodes” semelhantes aos dos mamíferos. Apesar disso, não são pelos. Trata-se de um órgão que também possibilita ao animal saber o que tem no ambiente.
Saiba muito mais
Os filhotes dos mamíferos já nascem com bigode, que crescem e ficam mais grossos ao longo do tempo. Também caem naturalmente e surgem novos no lugar. Entretanto, as vibrissas nunca devem ser cortadas ou arrancadas. Além de doer bastante, isso prejudica o desempenho do animal, que não consegue desenvolver muitas atividades sem o bigode.
Os humanos podem tirá-lo sem problema, pois não cumpre função especial. Entre os séculos 19 e 20, por exemplo, a maioria dos homens ocidentais (principalmente na Europa e América) usava grandes bigodes para demonstrar poder e riqueza. Houve uma época em que até dava-se um fio como garantia de que cumpririam algum compromisso.
Os praticantes da religião Sikh (originada na Índia) não podem cortar a barba e o cabelo. Por isso, precisam fazer rolinhos com o bigode e prendê-los entre os fios. O maior bigode do mundo, segundo o Guinness World Records 2010 (Livro dos Recordes), é o do indiano Ram Chauhan, que tem 3,5 m de comprimento.
Fonte: Diário do Grande ABC
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