Folha de São Paulo (28/03/11) - Por Elida Oliveira
Especialistas dizem ser possível controlar doença com remédio, mas teme-se que ação prejudique humanos
Donos de cães com Leishmaniose lutam na Justiça para livrá-los da eutanásia. Para o Ministério da Saúde, os animais devem ser sacrificados logo após o diagnóstico para evitar a contaminação de pessoas e outros animais.
A doença, causada por um protozoário e transmitida pela picada do mosquito-palha infectado, pode matar.
Especialistas garantem, porém, que é possível controlar a doença com remédio.
O problema é que não há drogas veterinárias aprovadas no Brasil para esse fim e os Ministérios da Saúde e da Agricultura proíbem o tratamento de cães com medicamentos destinados a humanos desde 2008. O objetivo, afirmam, é evitar que o protozoário se torne resistente.
Há duas vacinas cadastradas no Ministério da Agricultura e Pecuária para prevenir o contágio, mas não estão disponíveis na rede pública.
Em meio à polêmica, a psicóloga Marcia de Jesus, de Belo Horizonte, tratou o Pitbull Viad, de 8 anos, com remédio usado para controlar uma doença reumatológica em humanos.
Ela conseguiu mostrar à Justiça que o cão não tem mais sinais da doença contraída há 6 anos, e não representa perigo. Venceu a ação.
O Ministério da Saúde não sabe quantos cães são sacrificados por ano no Brasil por causa da doença.
O secretário nacional da Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, afirma que a eutanásia é indispensável para cães doentes. "Tratá-los significa usar em larga escala os poucos medicamentos que temos para a Leishmaniose e, com isso, reduzir a eficácia dos produtos em humanos".
Colaboradora : Aumiguinha Ariel
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