É comum que muitos donos deixem seus cães dormirem no quarto. Uma pesquisa divulgada este ano pela Comissão de Animais de Companhia (Comac), a Radar Pet, mostrou que 55% dos cães dormem dentro de casa e 23% dentro do quarto. Na maioria dos casos o animal é levado para o local ainda filhote e a primeira ideia é colocá-lo em sua própria caminha, no chão. Mas, com o passar do tempo, o dono acaba colocando-o na sua cama e basta uma vez para que se torne um hábito difícil de mudar.
Segundo a médica veterinária da clínica da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) Rhea Cassuli o que acontece é a vontade do dono de ficar mais tempo perto do animal. E não o contrário. “Quem se apega ao cachorro e às vezes não tem muito tempo para ficar perto, aproveita a noite. Geralmente quem tem mais necessidade de um convívio bem próximo é a pessoa”, diz.
Se for necessário fazer com que o animal volte para sua cama, ou até fique fora do quarto, é preciso muito pulso firme. No começo a tendência é que ele chore ou lata, mas é preciso insistir porque depois de alguns dias ele vai entender e obedecer. “O que não dá é para ceder um dia e depois voltar com a regra. Isso causa uma confusão na cabeça do animal”, explica Rhea.
Mas o espaço e a diferença de hábitos podem atrapalhar. A bióloga especializada em comportamento animal e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Marisa Fernandes de Castilho diz que o cão não costuma ter tantas horas seguidas de sono como as pessoas e por isso gosta de andar e comer durante a noite. “Deixá-lo no quarto impede esse comportamento e faz com que ele não viva de acordo com a sua natureza, o que pode torná-lo impaciente. Se o dono puder escolher, o melhor seria que ele dormisse fora de casa, em uma casinha que o proteja contra o frio.”
Higiene
Quando se coloca um animal dentro do quarto, a higiene é a principal preocupação. O ideal é dar banho uma vez por semana, mas as patinhas podem ser limpas com um pano úmido toda vez que ele subir na cama, desde que sejam bem secas depois para evitar a formação de fungos.
O animal deve estar com as vacinas anuais e o vermífugo – dado a cada dois meses – em dia. Fora isso, as doenças de pele podem ser transmitidas. “Pulga e carrapato é menos comum passar de bicho para pessoa. O mais frequente é a transmissão de fungos, que podem provocar dermatite em ambos”, explica o médico veterinário e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Marconi Rodrigues de Farias.
Para prevenir, Farias recomenda que o animal que passeia bastante seja levado pelo menos um vez por mês ao veterinário para checar a possibilidade de desenvolver dermatite ou de ter pego algum outro parasita de pele. “Para os alérgicos, não tem como o animalzinho dormir junto, obviamente”, diz.
Sugestão de leitura enviada pelos aumiguinhos Teco, Mel, Arthur e Mariah.
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