A construção do monumento na Praça da Matriz foi decidida logo após a morte de Júlio de Castilhos, ocorrida em 24 de outubro de 1903, sendo o projeto de autoria do pintor e escultor Décio Villares. As obras encontraram dificuldades diversas e o monumento foi inaugurado em 25 de janeiro de 1913. Pretendeu-se ilustrar idealizadamente 3 momentos da vida do homenageado : a fase da propaganda republicana, a fase da organização do governo positivista no estado e a fase posterior à sua retirada do governo do estado.
Os grupos de estátuas se distribuem em torno de um núcleo piramidal.
No topo do obelisco, está representada a figura triunfante da República, com a chama da nova ordem social em uma das mãos e o códice da nova lei em outra. Repousa sobre uma esfera com estrelas representando os estados brasileiros, além da divisa Ordem e Progresso, o mesmo lema positivista da bandeira nacional. As datas são alusivas à Proclamação de República, fator fundamental na emancipação política do Rio Grande do Sul (15 de novembro de 1889) e à Revolução Francesa (1789), inspiradora dos ideias de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
A face Norte do monumento é dedicada a eternizar Júlio de Castilhos como um organizador iluminado pela filosofia de Auguste Comte. O político está sentado em uma cadeira alta em aparente meditação após a leitura de um livro, e as estátuas auxiliares personificam as suas qualidades : a Coragem - com os louros da vitória em uma das mãos; a Prudência - que aponta para o dragão que sobe rastejando o solo da pátria, uma ameaça ao retorno da antiga ordem monárquica (o dragão é o símbolo da Casa de Bragança à qual pertencia o Imperador Dom Pedro II, há pouco tempo deposto); a Firmeza - um guerreiro atlético com armadura, uma pele de leão nas costas em clara alusão ao Hércules mitológico e 3 chaves na mão representativas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário que ele controlou em seu governo; Civismo - abraçando amorosamente e Bandeira Nacional. (Esta é a fase da maturidade de Júlio de Castilhos)
No lado Leste do monumento, Júlio de Castilhos é mostrado como um velho sábio de barbas longas, mas de corpo ainda em pleno vigor, fazendo alusão à publicação de um panfleto que dizia que os anos não lhe tinham quebrado o vigor do espírito e nem dissipado a sabedoria acumulada da sua experiência. Na placa atrás desta estátua, está escrita a frase "Libertas quae sera tamem", para manter viva a memória do seu antecedente político Tiradentes, também dedicado à causa republicana. (Esta é a fase da velhice de Júlio de Castilhos)
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