Jovens apaixonados por cães e em busca de uma alternativa de trabalho foram os primeiros a circular pelas ruas da capital argentina, Buenos Aires, como passeadores de cachorros. Mas esse tipo de emprego se transformou em profissão, e levou o governo local a regulamentar a atividade.
Basta uma simples olhada por qualquer bairro – em especial nas zonas residenciais – para avistar um passeador de cachorros carregando até 20 animais das mais diversas raças e tamanhos. Quase não se encontram mais cães em Buenos Aires sem que eles estejam acompanhados desses profissionais. Em muitos casos, aliás, os serviços não se limitam a um simples passeio. Há ainda alimentação, visitas ao veterinário e, por que não, uma passada no cabeleireiro e no psicólogo.
A renda dos passeadores depende da raça, dos cuidados e, sobretudo, da quantidade de cães que ele se arrisque a levar simultaneamente. Se não oferecer nenhum serviço extra, um profissional com uma clientela média de 12 cachorros, pode conseguir cerca de 1,5 mil pesos (R$ 812,95) por mês, o suficiente para custear moradia, estudos ou conseguir uma renda extra.
A aparente facilidade do trabalho, contudo, multiplicou o número de trabalhadores e gerou um aumento das reclamações dos moradores da capital. Eles acham que a higiene urbana está comprometida com a grande quantidade de cachorros nos espaços públicos.
O governo regulamentou a profissão e estabeleceu obrigações para os passeadores, conforme explica Ivana Brunet, do subsecretariado de Ambiente e Espaço Público da Cidade de Buenos Aires.
A regulação cria uma inscrição no Registro de Passeadores de Cachorros para conseguir uma identificação, reduz o número de animais que podem ser levados ao mesmo tempo – não mais de oito – e obriga os profissionais a recolher as fezes dos animais. Os passeios em parques e praças só se existir pontos com areia.
Uma equipe de inspetores verifica o cumprimento da normativa. Eles podem, inclusive, aplicar multas de até 200 pesos (R$ 108, 39).
Na prática, parece que as multas não têm tido o resultado desejado, já que não são poucos os moradores que continuam a se queixar de fezes na rua, cachorros amarrados em espaços públicos e passeadores com mais de oito cães em áreas não permitidas.
Os trabalhadores, por sua vez, acham que as medidas não são adequadas. Eles reclamam que em toda a cidade só existe um poste com bolsas para recolher os dejetos e denunciam as más condições das áreas com areia.
Fonte : Diário Catarinense
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