Cadela é extraviada e fica presa 22h na 1ª viagem aérea
Depois de quase 22 horas presa dentro de uma gaiola, conhecida como contêiner, em um voo da companhia aérea Gol, a cadela poodle Kika, com 5 anos de idade, voltou aos braços de sua tutora, a comerciante Lenir Muller, 54 anos, às 13h40 de hoje.
Após a conexão em São Paulo, a cachorrinha foi embarcada no avião errado, indo parar em Uberlândia. Na cidade mineira embarcou direto para Campo Grande.
Às 16h de ontem, Lenir colocou a cadelinha no contêiner e a despachou no voo de Curitiba para Campo Grande, da Gol Linhas Aéreas. Como a empresa considerou o tempo de voo curto, não pediu para sedar o animal. “Eu tive R$ 178,62 de despesas, mais a caixa, que custou R$ 45,00”, contou a comerciante, que chegou na capital às 22h50 de ontem.
Ao tentar retirar o animal, ela foi informada que a cadela havia sido enviada, por engano, para Uberlândia (MG), a 894 quilômetros de Campo Grande.
A comerciante foi até a capital paranaense buscar Kika. “Ela estava com seus filhotes e, para eles se acostumarem ao ambiente, meus parentes levaram a Kika para Curitiba também”, contou. Ela ficou aproximadamente um mês longe de Campo Grande.
Os parentes levaram a cachorra de carro até Curitiba. Na volta, que foi ontem, a cachorra realizou sua primeira viagem de avião. E acabou percorrendo uma distãncia 1.788 quilômetros além do previsto, considerando-se as viagens de ida e volta de Uberlândia.
Na viagem de volta, Lenir disse que seu voo fez conexão em São Paulo, onde trocou de avião. “Eu pedi para ver a Kika e funcionários da Gol me disseram que isso só aconteceria em Campo Grande”, contou.
A cachorrinha ficou presa na gaiola durante todo o percurso, desde as 16h de ontem e ficou sem água e comida. No contêiner havia várias identificações e o destino final da “passageira”.
No momento em que uma funcionária da Gol trouxe o contêiner, a cadela estava visivelmente estressada e mordia as barras de ferro da gaiola. Lenir, que estava acompanhada de sua filha Glice Muller, 27, disse que pretende ingressar com uma ação contra a companhia aérea. “Faltou responsabilidade deles”, comentou.
Porém, mesmo com a experiência das últimas 24 horas, Lenir, que possui cinco cachorros, não pensa em desistir de viajar com seus animais de avião. “Eu só espero que nunca mais aconteça isso, é muito doloroso”, lamentou.
A gerência da Gol não quis se pronunciar, dizendo seguir normas da empresa. No entanto, um funcionário da companhia acompanhou a cadelinha até um médico veterinário, que analisaria seu estado de saúde.
Processo
Em junho do ano passado, a Gol foi condenada a pagar R$ 8 mil de indenização por danos morais a uma passageira por maus-tratos aos seus animais. A 1ª Turma Recursal do Rio de Janeiro manteve a sentença em primeira instância da juíza Isabela Lobão dos Santos, titular do 20º Juizado Especial Cível, da Ilha do Governador.
Cintia Leisgold viajou de São Paulo ao Rio de Janeiro com um gato e um cachorro. No momento do embarque, ela foi avisada de que o voo partiria de outro aeroporto e que os animais seriam transportados para o novo local junto com as bagagens.
Na chegada ao Rio, percebeu que os animais estavam estressados, desidratados e com o batimento cardíaco acelerado.
Extravio
A bagagem, inclusive os animais, será considerada extraviada caso não seja entregue no seu ponto de destino. Quando isso acontece, deve-se procurar o balcão da companhia aérea para o preenchimento do RIB (Registro de Irregularidade de Bagagem).
O fiscal de Aviação Civil do DAC, localizado na Seção de Aviação Civil nos principais aeroportos brasileiros, deve ser acionado em caso de problemas.
Confirmado o extravio, a companhia tem um prazo máximo de 30 dias para a localização e entrega da bagagem.
Após esse tempo, o passageiro deve ser indenizado pela companhia. Como medida de prevenção, o passageiro pode declarar os valores atribuídos à bagagem, mediante o pagamento de uma taxa suplementar estipulada pela companhia. Neste caso, a empresa tem o direito de verificar o conteúdo da bagagem – e o valor da indenização é o declarado e aceito pela empresa.
Fonte: Cassilândia Jornal
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