Este texto foi escrito pela mamãe que ama muito suas quatro "crianças" e que reflete muita sensibilidade de quem se preocupa com o bem-estar dos animais no nosso planeta : " Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm o mesmo direito à existência com respeito e dignidade." O texto é do ano passado e foi escrito em setembro, época em que acontecem as festividades da Semana Farroupilha e foi endereçado às autoridades do governo estadual. Depois de ler, reflita sobre a insensatez humana que ainda submete animais ao sofrimento.
Prezados
Sr. Luis Augusto Lara - Secretário de Turismo do Estado do RGS e Sra. Mônica Leal - Secretária de Cultura do Estado do RGS
Sr. Luis Augusto Lara - Secretário de Turismo do Estado do RGS e Sra. Mônica Leal - Secretária de Cultura do Estado do RGS
Venho através desta, parabenizá-los, pelo belo espetáculo que foi apresentado na Av. Beira Rio, neste 20 de setembro. Mesmo com a forte chuva o gaúcho mostrou a sua garra, o amor e o respeito às tradições deste Pampa, tão amado por ele.
Admirável a dedicação e o esforço incansável que toda a equipe Municipal junto com o Estado tiveram para recordar a história que nos foi lembrada através dos nossos antepassados.
Tive a oportunidade de ver crianças lindas e adultos orgulhosos que vestiam belíssimos trajes, acompanhados de seus imponentes cavalos. Animal este que nós mesmos transformamos num dos símbolos deste estado, não só pela sua beleza, mas pela força e importância que teve para o crescimento e desenvolvimento desta terra. Todos dignos cidadãos que fazem parte de um estado próspero e respeitado. O que me faz acreditar que esta tradição vai continuar por muitas gerações.
Também vi e ouvi através dos jornais locais e na própria televisão as inúmeras reportagens, comentários, poesias e saudações ao melhor amigo do gaúcho: O CAVALO.
Consideramos o cavalo, a estrela da festa.
Que estrelas são estas? Ao mesmo tempo, em que algumas delas desfilam na avenida, carregando em seu lombo homens cheios de orgulho, atrás de mim passam animais esqueléticos, judiados, sangrados pelas pauladas que recebem das mãos de pessoas que não sabem o que é respeito.
Que ironia é esta? Em que o gaúcho faz questão de contar aos quatro cantos do mundo o orgulho que tem da sua história, o quanto valoriza o seu passado e a sua persistência na conquista por um futuro próspero, quando ainda mostra atitudes de um povo arcaico? Cenas chocantes que em muitos estados já não existem mais, e ainda aqui, no estado-berço da maior feira agropecuária da América do Sul, continuam fazendo parte do nosso cotidiano. No mesmo dia em que saio carregando nas minhas mãos a bandeira e a esperança na minha pátria, preciso também fechar os olhos para não ver o sofrimento e a agonia das outras "ditas estrelas", realmente bravos heróis, que precisam suportar dia após dia, a dor, a sede, o cansaço e a humilhação, nas ruas desta cidade, para não serem chicoteados até a morte.
É ESTE O GRANDE AMOR QUE TEMOS PELO RIO GRANDE?
Quem sabe, no próximo ano, o povo gaúcho tenha a oportunidade de ver que, esta pobreza de espírito dos nossos governantes, também foi coisa do passado e que possamos assistir com muito orgulho, na avenida, um belo espetáculo, aplaudindo de pé, o desfile destas estrelas ofuscando o mesmo brilho e poder mostrar que o sentimento de respeito que o gaúcho diz ter pelo seu melhor amigo e companheiro, o cavalo, realmente é SINCERO e que sejamos dignos dos ideais que estampamos na nossa bandeira: LIBERDADE, IGUALDADE E HUMANIDADE.
Um abraço
Fernanda Eick
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