Centenário e abandonado 23/01/2013 | 22h10 - Zero Hora
Alvo de vândalos, monumento na Praça da Matriz não recebe limpeza há pelo menos quatro anos
Monumento é um símbolo do descaso com que população e poder público tratam o patrimônio histórico da cidade
Obra completa um século de inauguração nesta sexta-feira
Foto:
Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
— Esta estátua do homem sentado representa Júlio de Castilhos como um
sábio, um pensador. E as pichações representam o relaxamento do povo
aqui de Porto Alegre — relata uma guia de turismo para um grupo de
visitantes paraibanos em passeio pela Praça da Matriz, na Capital.
Completando, nesta sexta-feira, um século desde que foi inaugurado, o monumento em homenagem a Júlio de Castilhos, o patriarca da República Rio-grandense, é também um símbolo do descaso com que população e poder público tratam o patrimônio histórico da cidade. De acordo com a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio Grande do Sul, as esculturas de autoria de Décio Villares não recebem sequer uma limpeza há, no mínimo, quatro anos.
Professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Celia Ferraz de Souza entende que o município não sabe cuidar de suas obras públicas:
— Há um esforço, mas a política de preservação não trata o todo. Deveria haver um calendário, com limpeza, pelo menos uma vez por ano. Se a população é mal-educada, o poder público tem de vigiar, como se faz com uma criança que quer riscar as paredes de casa.
Para o historiador e curador do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), José Francisco Alves, não existe justificativa para tamanha depredação de um marco tão significativo na História de Porto Alegre:
— Não há uma cidade no mundo em que um monumento tão importante do ponto de vista político e histórico, localizado entre instituições tão relevantes, esteja tão depredado.
Previstas para serem restauradas com a Praça da Matriz por meio do Projeto Monumenta, do governo federal, as esculturas e a própria praça ficaram de fora da lista de sítios contemplados com as verbas do programa mesmo depois de dois processos licitatórios. Agora, as esculturas precisam esperar pelo PAC das Cidades Históricas — que vai beneficiar municípios declarados patrimônio da humanidade e cidades-sede da Copa 2014.
— O PAC deve abrir em junho. A restauração do monumento e da praça serão prioridades. Temos um orçamento provisório de R$ 2,5 milhões para a praça. Para o monumento, seriam R$ 370 mil — afirma Luiz Merino, arquiteto do Projeto Monumenta na Secraria Municipal da Cultura.
Fique por dentro
# Estão programadas diversas atividades ao longo da sexta-feira, como aula sobre a simbologia positivista do monumento, às 19h, que será ministrada pelo curador-chefe do Margs, José Francisco Alves. Também haverá palestras e exposições.
# Informações: urbsnova.wordpress.com/100anos
Aumiguinha cãolaboradora : Ariel
Completando, nesta sexta-feira, um século desde que foi inaugurado, o monumento em homenagem a Júlio de Castilhos, o patriarca da República Rio-grandense, é também um símbolo do descaso com que população e poder público tratam o patrimônio histórico da cidade. De acordo com a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio Grande do Sul, as esculturas de autoria de Décio Villares não recebem sequer uma limpeza há, no mínimo, quatro anos.
Professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Celia Ferraz de Souza entende que o município não sabe cuidar de suas obras públicas:
— Há um esforço, mas a política de preservação não trata o todo. Deveria haver um calendário, com limpeza, pelo menos uma vez por ano. Se a população é mal-educada, o poder público tem de vigiar, como se faz com uma criança que quer riscar as paredes de casa.
Para o historiador e curador do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs), José Francisco Alves, não existe justificativa para tamanha depredação de um marco tão significativo na História de Porto Alegre:
— Não há uma cidade no mundo em que um monumento tão importante do ponto de vista político e histórico, localizado entre instituições tão relevantes, esteja tão depredado.
Previstas para serem restauradas com a Praça da Matriz por meio do Projeto Monumenta, do governo federal, as esculturas e a própria praça ficaram de fora da lista de sítios contemplados com as verbas do programa mesmo depois de dois processos licitatórios. Agora, as esculturas precisam esperar pelo PAC das Cidades Históricas — que vai beneficiar municípios declarados patrimônio da humanidade e cidades-sede da Copa 2014.
— O PAC deve abrir em junho. A restauração do monumento e da praça serão prioridades. Temos um orçamento provisório de R$ 2,5 milhões para a praça. Para o monumento, seriam R$ 370 mil — afirma Luiz Merino, arquiteto do Projeto Monumenta na Secraria Municipal da Cultura.
Fique por dentro
# Estão programadas diversas atividades ao longo da sexta-feira, como aula sobre a simbologia positivista do monumento, às 19h, que será ministrada pelo curador-chefe do Margs, José Francisco Alves. Também haverá palestras e exposições.
# Informações: urbsnova.wordpress.com/100anos
Aumiguinha cãolaboradora : Ariel
Nenhum comentário:
Postar um comentário