O ano de 2012 foi marcado por diversos casos de negligência e
maus-tratos contra animais em Pet Shops do país. A falta de
profissionais qualificados, a precariedade na infraestrutura e o descaso
com a segurança dos animais são alguns dos motivos que levam tutores à
justiça para proteger os bichinhos e seus direitos ou, até mesmo, punir
os donos de estabelecimentos.
A estudante de Psicologia, Mariane Marçal de Almeida, se deparou, em
novembro, com um problema grave e com uma grande tristeza. Após entregar
as duas cadelas da família para banho como, de costume, aos
funcionários da Clínica Veterinária Clinvet, em Dracena, SP, uma delas
não retornou.
A estudante pontua que após o ocorrido, o médico veterinário
responsável e proprietário da Clinvet, Ernesto Scardovelli entrou em
contato com ela através de telefonema mostrando o ressentimento pelo
ocorrido e ofereceu outro cão em troca.
“Já estou procurando todos os meus direitos e coloquei uma advogada
para dar suporte ao caso. Ela mesma me afirmou que cabe processo contra
negligência sobre o que ocorreu”.
Este não é um caso isolado. O Ministério Público do Rio de Janeiro
denunciou a dona do Pet Shop Quatro Patas e seu filho por maus-tratos
contra animais. Solange Barroso Pereira e Daniel Henriques foram
flagrados, em vídeos gravados por um ex-funcionário do pet shop,
agredindo os cães clientes durante os processos de banho e tosa.
Outro caso triste, que ocorreu neste mês de dezembro, é o
de Cátia Maria de Oliveira. A Justiça do Rio condenou o pet-shop Parada
Animal, em Volta Redonda, no interior do Rio, a pagar indenização no
valor de R$ 10 mil, por danos morais, à tutora de da cadela poodle que
fugiu do estabelecimento, foi atropelada e morreu. Cátia havia levado a
cadela à loja para tomar banho, quando a negligência dos responsáveis
permitiu que ela escapasse.
Casos como estes são cada vez mais comuns. A demanda por locais deste
gênero, impulsionada pela economia crescente do país e pela grande
quantidade de famílias que adotam animais, é maior que a possibilidade
de profissionalização de funcionários e donos de estabelecimentos. A
chance de sucesso dos Pet Shops motivam empreendedores a se aventurarem
em pontos comerciais que lidam com animais, porém, a falta de
regularização destes estabelecimentos possibilita a contratação de
profissionais que não têm qualificação para lidar com eles.
O grande problema é que as ações judiciais não trazem os animais de
volta, e nem curam suas feridas. Por isso, para diminuir casos como os
que citamos acima, é importante que os tutores de animais estejam sempre
atentos a alguns critérios antes de deixar sua amigo peludo sob a
responsabilidade de um estabelecimento.
Atenção ao local
O principal é confiar no estabelecimento. Se você conhece o dono, se já
frequenta o local a algum tempo ou se foi indicação de uma amigo atento,
ótimo. Porém, isso não deve fazer com que você confie cegamente. É
sempre importante manter olhos bem abertos e pedir para conhecer as
instalações antes de levar o peludo para lá. Muitos estabelecimentos são
perigosos para os animais pois não são higiênicos e/ou possuem material
insalubre ao alcance dos pets. Muita atenção.
Esteja presente
Muitos Pet Shops alegam que a presença do tutor deixa o animal mais
agitado durante o banho ou tosa. Isso é mentira! Os animais se sentem
mais confortáveis quando seu tutor está presente, pois ficam
menos ansiosos por estarem sozinhos com alguém que eles não conhecem.
Esteja lá e observe tudo e se o local não permitir, desconfie!
Equipamentos e funcionários
Procure saber quais são os equipamento que o pet shop utiliza para banho
e tosa dos animais. Grandes estabelecimentos podem utilizar fornos de
secagem que funcionam como micro-ondas. Imagine como não deve ser
estressante e assustados ser colocado em um equipamento de ar quente.
Por isso é importante conhecer os procedimentos do começo ao fim, e
saber se o funcionário que irá realizá-los tem o curso certificado de
tosa de animais e se tem afinidade com os bichinhos.
Comportamento estranho
Fique muito atento quando o animal chega em casa depois do procedimento.
Se ele estiver sonolento (alguns locais dopam os animais para que o
atendimento seja mais fácil), com dores, queimaduras, pele avermelhada
ou qualquer outro sinal de machucados, investigue. Procure por outros
tutores que passaram pela mesma situação, colete informações e tome
precauções para que o seu animal não volte mais lá. Se o caso se
confirmar, denuncie.
Violência ou acuamento
Observe se o animal ficou mais violento ou medroso após o
procedimento. Alguns cães ou gatos, quando sofrem maus-tratos em pet
shops, podem demostrar isso atacando membros da família ou se escondendo
ou isolando do contato com seus tutores.
Atenção aos horários
Evite que seu melhor amigo passe mais tempo que o necessário no pet
shop. Alguns destes locais colocam os animais em gaiolas muito pequenas,
sem água ou comida, e os esquecem por lá até que o tutor venha
buscá-los. Isso gera estresse no animal e faz com que ele tenha medo de
voltar ao estabelecimento para tomar banho ou tosar. Se você não puder
esperar no local até o fim do procedimento (de preferência, acompanhando
de perto), vá buscá-lo o quanto antes.
Exija a Nota Fiscal
É um procedimento básico para qualquer pagamento de compra ou serviço,
mas, nestes casos, muitos tutores se esquecem. Para sua segurança e de
seu animal, ao deixá-lo para banho ou tosa, peça nota fiscal com os seus
dados e a descrição do animal (raça, idade, sexo). Exija que seja feito
em papel timbrado da loja com CNPJ, e assinado pelo veterinário
responsável com seu número de identificação no CRMV. Esta é sua
segurança para comprovar o serviço prestado em caso de processos e
outros procedimento judiciais.
Autoria : Rafaela Pietra
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