A estudante de Psicologia, Mariane Marçal de Almeida, se deparou, em novembro, com um problema grave e com uma grande tristeza. Após entregar as duas cadelas da família para banho como, de costume, aos funcionários da Clínica Veterinária Clinvet, em Dracena, SP, uma delas não retornou.
Mariane levava a cadela Belinha, da raça Chow Chow, de cinco anos e
outra da raça Lhasa Apso, de dois anos, há dois anos para tomar banho na
clínica, devido à amizade que tinha com uma das funcionárias.
Entretanto, na semana passada recebeu a informação de que por volta das
11 horas, após tomar banho, Belinha foi deixada secando ao sol e
acorrentada. “Posteriormente os funcionários saíram para o almoço e
esqueceram a cachorra que acabou se estrangulando com a corrente.
Informaram-me que há poucos dias contrataram uma funcionária nova e que
ela ainda passava pelo processo de orientação da forma correta de dar
banho nos animais. Porém devido à quantidade de pelos da Belinha, a
funcionária colocou-a para secar ao sol, com uma corrente e esqueceu-se
de recolhê-la. Se fosse para deixá-la secar no sol, eu mesma dava
banho em casa”, diz.
“Já estou procurando todos os meus direitos e coloquei uma advogada para dar suporte ao caso. Ela mesma me afirmou que cabe processo contra negligência sobre o que ocorreu”.
Este não é um caso isolado. O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou a dona do Pet Shop Quatro Patas e seu filho por maus-tratos contra animais. Solange Barroso Pereira e Daniel Henriques foram flagrados, em vídeos gravados por um ex-funcionário do pet shop, agredindo os cães clientes durante os processos de banho e tosa.
Outro caso triste, que ocorreu neste mês de dezembro, é o de Cátia Maria de Oliveira. A Justiça do Rio condenou o pet-shop Parada Animal, em Volta Redonda, no interior do Rio, a pagar indenização no valor de R$ 10 mil, por danos morais, à tutora de da cadela poodle que fugiu do estabelecimento, foi atropelada e morreu. Cátia havia levado a cadela à loja para tomar banho, quando a negligência dos responsáveis permitiu que ela escapasse.
Casos como estes são cada vez mais comuns. A demanda por locais deste gênero, impulsionada pela economia crescente do país e pela grande quantidade de famílias que adotam animais, é maior que a possibilidade de profissionalização de funcionários e donos de estabelecimentos. A chance de sucesso dos Pet Shops motivam empreendedores a se aventurarem em pontos comerciais que lidam com animais, porém, a falta de regularização destes estabelecimentos possibilita a contratação de profissionais que não têm qualificação para lidar com eles.
O grande problema é que as ações judiciais não trazem os animais de volta, e nem curam suas feridas. Por isso, para diminuir casos como os que citamos acima, é importante que os tutores de animais estejam sempre atentos a alguns critérios antes de deixar sua amigo peludo sob a responsabilidade de um estabelecimento.
Atenção ao local
O principal é confiar no estabelecimento. Se você conhece o dono, se já frequenta o local a algum tempo ou se foi indicação de uma amigo atento, ótimo. Porém, isso não deve fazer com que você confie cegamente. É sempre importante manter olhos bem abertos e pedir para conhecer as instalações antes de levar o peludo para lá. Muitos estabelecimentos são perigosos para os animais pois não são higiênicos e/ou possuem material insalubre ao alcance dos pets. Muita atenção.
Esteja presente
Muitos Pet Shops alegam que a presença do tutor deixa o animal mais agitado durante o banho ou tosa. Isso é mentira! Os animais se sentem mais confortáveis quando seu tutor está presente, pois ficam menos ansiosos por estarem sozinhos com alguém que eles não conhecem. Esteja lá e observe tudo e se o local não permitir, desconfie!
Equipamentos e funcionários
Procure saber quais são os equipamento que o pet shop utiliza para banho e tosa dos animais. Grandes estabelecimentos podem utilizar fornos de secagem que funcionam como micro-ondas. Imagine como não deve ser estressante e assustados ser colocado em um equipamento de ar quente. Por isso é importante conhecer os procedimentos do começo ao fim, e saber se o funcionário que irá realizá-los tem o curso certificado de tosa de animais e se tem afinidade com os bichinhos.
Comportamento estranho
Fique muito atento quando o animal chega em casa depois do procedimento. Se ele estiver sonolento (alguns locais dopam os animais para que o atendimento seja mais fácil), com dores, queimaduras, pele avermelhada ou qualquer outro sinal de machucados, investigue. Procure por outros tutores que passaram pela mesma situação, colete informações e tome precauções para que o seu animal não volte mais lá. Se o caso se confirmar, denuncie.
Violência ou acuamento
Observe se o animal ficou mais violento ou medroso após o procedimento. Alguns cães ou gatos, quando sofrem maus-tratos em pet shops, podem demostrar isso atacando membros da família ou se escondendo ou isolando do contato com seus tutores.
Atenção aos horários
Evite que seu melhor amigo passe mais tempo que o necessário no pet shop. Alguns destes locais colocam os animais em gaiolas muito pequenas, sem água ou comida, e os esquecem por lá até que o tutor venha buscá-los. Isso gera estresse no animal e faz com que ele tenha medo de voltar ao estabelecimento para tomar banho ou tosar. Se você não puder esperar no local até o fim do procedimento (de preferência, acompanhando de perto), vá buscá-lo o quanto antes.
Exija a Nota Fiscal
É um procedimento básico para qualquer pagamento de compra ou serviço, mas, nestes casos, muitos tutores se esquecem. Para sua segurança e de seu animal, ao deixá-lo para banho ou tosa, peça nota fiscal com os seus dados e a descrição do animal (raça, idade, sexo). Exija que seja feito em papel timbrado da loja com CNPJ, e assinado pelo veterinário responsável com seu número de identificação no CRMV. Esta é sua segurança para comprovar o serviço prestado em caso de processos e outros procedimento judiciais.
Autoria : Rafaela Pietra
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