"Hoje o meu 'velhinho' me deixou. Nos deixou.
O Mahler, o meu cachorro, o meu 'cãopanheiro' especial e inseparável, o meu 'cusquinho de sorte', em setembro último foi diagnosticado com diabetes e, de repente, a doença fugiu ao nosso controle e ele, com muitos altos e baixos, ficou bem mal, não reagiu mais à insulina e não resistiu às complicações da doença. O fígado, pâncreas e rins estavam severamente comprometidos e, para ele, está última madrugada foi uma terrível 'noite de cão'. Assim, hoje pela manhã o 'adormeceram' e ele partiu.
Para quem conheceu o Mahler sabe que à estas alturas, se existe um céu dos cachorros, ele já está lá, nadando num lago ou rio, como vez durante toda a sua vida, se atirando em qualquer lago, rio ou poça. E não foram poucos como os lagos do Parque da Redenção, do Moinhos de Vento, o Igapó, a Lagoa da Conceição, o Rio Arno, a sua grande aventura, o Tejo e ultimamente os lagos do Battersea e Hyde parks, sempre atrás dos marrecos e 'nutrias', como era a sua paixão. Certamente ele já está explorando novos parques, marcando território nas árvores e muros lá desta sua nova morada, cheirando rabinhos, cumprimentando os outros cães, revendo velhos amigos, interagindo e sendo tão adorável como sempre foi aqui.
A causa da diabetes canina é ainda bastante desconhecida, mas especialistas sugerem que a genética pode desempenhar um papel importante e infelizmente a raça dele é uma das que frequentemente é afetada por esta doença.
Desde que ele voltou da última hospitalização ele teve vários espasmos, estava muito assustado e nestes últimos dias, perdeu a visão. Ontem ele teve novas crises com convulsões, bem mais sérias e bem demoradas do que das últimas vezes. Não sei dizer o porque da insulina não ter surtido efeito nele e cheguei a questionar a qualidade do produto que estava usando, mas aconteceu o mesmo com outros vidros de insulina de outros lotes.
Sim, egoistamente eu queria tê-lo comigo por mais uns bons pares de anos. Há quase treze anos o 'Mahleco' estava literalmente ao meu lado, me proporcionado só alegrias. Conhecia cada gesto, cada olhar, cada reação dele e sempre cuidei para que ele tivesse uma vida e uma velhice feliz e essa certeza eu tenho, de que ele foi um cão muito feliz, muito paparicado e muito amado por mim e por tantos amigos que fez ao longo dessa sua vidinha que para mim foi tão curta.
Até os últimos momentos, enquanto ele ainda podia, achou forças para me acompanhar, para estar ao meu lado e para pousar a sua cabeça sobre os meus pés, que era a sua maneira muito particular e especial de demonstrar afeto. O fez bravamente, sem demonstrar nunca quaisquer sinais de dor. Nestes últimos cinco meses em que ele adoeceu o Mahler envelheceu muito. Estar ao meu lado era um dos prazeres que lhe restava nesta sua precoce e rápida velhice, pois por instinto ele sabia que já era a nossa despedida.
No hospital veterinário, no breve tempo que pude estar com ele, o seu olhar meigo (e um pouco assutado) ficou me acompanhando todo o tempo e fui carinhosamente 'lambeijado' por ele. Deste adeus dele não quero jamais esquecer!
Sim, hoje o meu coração, Londres e o mundo ficaram mais cinzas com a partida do meu pequeno 'Lorde Inglês', cuja simples presença já iluminava e provocava sorrisos aos que estavam ao seu redor.
Onde quer que estejas, fica em paz 'velhinho' querido! E saiba que por muito tempo ainda vou ouvir os teus latidos, vou sentir o teu cheiro; ouvir os mínimos ruídos que fazias e, principalmente, o som das tuas unhas batendo nas tábuas do corredor daqui de casa; que cada vez que eu abrir a porta vou sentir uma imensa falta de ti, das festas que me fazias e já não vou me sentir como um ídolo super star, endeusado pelo seu mais ardoroso fã; que vou sentir muita falta de quando subias na minha cama para me acordar porque tinha sol lá fora; que por cada árvore, cada poste que eu passar em nossos parques e bairro, vou sentir a tua presença; em cada escada rolante do ‘tube’ eu vou te ver na minha frente, abanando o teu rabinho cotó por estares desbravando um novo cantinho da cidade; que a cada amigo que chegar para visitar Londres eu vou sentir falta do meu 'cão guia de turismo' e que mesmo com toda chuva que estiver caindo eu vou sempre querer sair contigo para os nossos passeios de 'revalidação'. Vais fazer muita falta e deixar muitas saudades, em mim e em todos que te conheceram, 'gurizinho'!"
Mahler – Porto Alegre, 03/06/2001 - Londres, 27/02/2014.
O Mahler, o meu cachorro, o meu 'cãopanheiro' especial e inseparável, o meu 'cusquinho de sorte', em setembro último foi diagnosticado com diabetes e, de repente, a doença fugiu ao nosso controle e ele, com muitos altos e baixos, ficou bem mal, não reagiu mais à insulina e não resistiu às complicações da doença. O fígado, pâncreas e rins estavam severamente comprometidos e, para ele, está última madrugada foi uma terrível 'noite de cão'. Assim, hoje pela manhã o 'adormeceram' e ele partiu.
Para quem conheceu o Mahler sabe que à estas alturas, se existe um céu dos cachorros, ele já está lá, nadando num lago ou rio, como vez durante toda a sua vida, se atirando em qualquer lago, rio ou poça. E não foram poucos como os lagos do Parque da Redenção, do Moinhos de Vento, o Igapó, a Lagoa da Conceição, o Rio Arno, a sua grande aventura, o Tejo e ultimamente os lagos do Battersea e Hyde parks, sempre atrás dos marrecos e 'nutrias', como era a sua paixão. Certamente ele já está explorando novos parques, marcando território nas árvores e muros lá desta sua nova morada, cheirando rabinhos, cumprimentando os outros cães, revendo velhos amigos, interagindo e sendo tão adorável como sempre foi aqui.
A causa da diabetes canina é ainda bastante desconhecida, mas especialistas sugerem que a genética pode desempenhar um papel importante e infelizmente a raça dele é uma das que frequentemente é afetada por esta doença.
Desde que ele voltou da última hospitalização ele teve vários espasmos, estava muito assustado e nestes últimos dias, perdeu a visão. Ontem ele teve novas crises com convulsões, bem mais sérias e bem demoradas do que das últimas vezes. Não sei dizer o porque da insulina não ter surtido efeito nele e cheguei a questionar a qualidade do produto que estava usando, mas aconteceu o mesmo com outros vidros de insulina de outros lotes.
Sim, egoistamente eu queria tê-lo comigo por mais uns bons pares de anos. Há quase treze anos o 'Mahleco' estava literalmente ao meu lado, me proporcionado só alegrias. Conhecia cada gesto, cada olhar, cada reação dele e sempre cuidei para que ele tivesse uma vida e uma velhice feliz e essa certeza eu tenho, de que ele foi um cão muito feliz, muito paparicado e muito amado por mim e por tantos amigos que fez ao longo dessa sua vidinha que para mim foi tão curta.
Até os últimos momentos, enquanto ele ainda podia, achou forças para me acompanhar, para estar ao meu lado e para pousar a sua cabeça sobre os meus pés, que era a sua maneira muito particular e especial de demonstrar afeto. O fez bravamente, sem demonstrar nunca quaisquer sinais de dor. Nestes últimos cinco meses em que ele adoeceu o Mahler envelheceu muito. Estar ao meu lado era um dos prazeres que lhe restava nesta sua precoce e rápida velhice, pois por instinto ele sabia que já era a nossa despedida.
No hospital veterinário, no breve tempo que pude estar com ele, o seu olhar meigo (e um pouco assutado) ficou me acompanhando todo o tempo e fui carinhosamente 'lambeijado' por ele. Deste adeus dele não quero jamais esquecer!
Sim, hoje o meu coração, Londres e o mundo ficaram mais cinzas com a partida do meu pequeno 'Lorde Inglês', cuja simples presença já iluminava e provocava sorrisos aos que estavam ao seu redor.
Onde quer que estejas, fica em paz 'velhinho' querido! E saiba que por muito tempo ainda vou ouvir os teus latidos, vou sentir o teu cheiro; ouvir os mínimos ruídos que fazias e, principalmente, o som das tuas unhas batendo nas tábuas do corredor daqui de casa; que cada vez que eu abrir a porta vou sentir uma imensa falta de ti, das festas que me fazias e já não vou me sentir como um ídolo super star, endeusado pelo seu mais ardoroso fã; que vou sentir muita falta de quando subias na minha cama para me acordar porque tinha sol lá fora; que por cada árvore, cada poste que eu passar em nossos parques e bairro, vou sentir a tua presença; em cada escada rolante do ‘tube’ eu vou te ver na minha frente, abanando o teu rabinho cotó por estares desbravando um novo cantinho da cidade; que a cada amigo que chegar para visitar Londres eu vou sentir falta do meu 'cão guia de turismo' e que mesmo com toda chuva que estiver caindo eu vou sempre querer sair contigo para os nossos passeios de 'revalidação'. Vais fazer muita falta e deixar muitas saudades, em mim e em todos que te conheceram, 'gurizinho'!"
Mahler – Porto Alegre, 03/06/2001 - Londres, 27/02/2014.
Emocionante despedida do Eduardo ao seu amado e inseparável cãozinho Mahler. Os frequentadores mais antigos da pracinha conviveram com estes queridos amigos e acompanharam as suas aventuras até a chegada em Londres, onde estavam morando. Os aumiguinhos da praça sabem que agora o peludinho está brincando em outro plano com tantos outros aumiguinhos que já nos deixaram, e que continuam nos amando de todo o coração. Receba o nosso aubraço aufetuoso Dudu, e muitos aufagos para o também nosso inesquecível Mahleco.