Museu exibe última foto do cão Hachiko, que esperou seu tutor por 10 anos em uma estação de trem
Por Patrícia Tai
A
tutora Yaeko Ueno, a quarta à direita na primeira fileira, e
funcionários da estação de Shibuya rezam pela alma de “Chuken Hachiko”
(o leal cão Hachiko), em Tóquio, no dia 8 de Março de 1935. (Foto cedida
pelo Shibuya Folk and Literary Shirane Memorial Museum)
Quase todas as pessoas que visitam o Japão conhecem a história de Hachiko, um cão da raça Akita, reverenciado pela incrível lealdade ao seu tutor mesmo muito tempo depois após a sua morte.
Agora, um museu em Tóquio está apresentando a exposição de uma
fotografia tirada imediatamente após a morte de Hachiko, em 1935. As
informações são do jornal The Asahi Shimbun.
Medindo 12 x 16 centímetros, a fotografia pode ser vista até 22 de
julho no Museu Memorial de Literatura, em Shibuya Ward, como parte da
“Shin Shuzo Shiryoten” (Exposição de materiais recém armazenados).
Conforme a história conta, o cão, cujo nome era Hachi, esperava o seu
tutor Hidesaburo Ueno, professor de agronomia da Universidade de
Tóquio, voltar do trabalho todos os dias. Hidesaburo faleceu e o cão
continuou a esperá-lo na estação por dez anos após a sua morte.
De acordo com o museu, o ritual diário de Hachiko foi relatado pelo
Jornal The Asahi Shimbun nos primeiros anos da década de 30.
Conseqüentemente, Hachiko tornou-se sem dúvida o cão mais famoso do
Japão.
Na manhã de 8 de março de 1935, Hachiko foi encontrado morto perto da
estação de Shibuya. Seu corpo foi levado para a sala de bagagem da
estação, que tinha sido um dos seus lugares favoritos. Uma foto do corpo
de Hachiko foi logo tirada nesta sala e foi publicada no Jornal Yamato
Shimbun no dia seguinte.
A foto mostra não só Hachiko, como também Yaeko, a viúva de Hidesaburo Ueno, e funcionários da estação.
Um dos membros da equipe, Yoshizo Osawa, deu a foto para sua filha
mais velha, Nobue Yamauchi, hoje com 78 anos de idade. “Meu pai amava
cães”, disse Yamaguchi. “Ele me disse que Hachi ía para a estação todos
os dias e que eles dividiam suas marmitas com ele”.
(Foto: Reprodução)
Uma estátua de bronze de Hachiko em frente a estação de Shibuya tornou-se um ponto de encontro para os turistas.
“As pessoas na foto estão orando pelo descanso da alma de Hachi”,
disse Keita Matsui, o curador do Museu. “A partir da foto, nós podemos
perceber o quanto ele foi amado naqueles dias”.